O governo vai leiloar licenças para permissão de atirar em 158 elefantes, disse Kitso Mokaila, ministro do Meio Ambiente do país
Uma elefanta africana e seu filhote
Após a suspensão da proibição da caça de elefantes por cinco anos, a nação sul-africana de Botsuana reintroduz a prática no país precificando a morte dos animais com o claro objectivo de lucrar com sua fauna endémica.
O governo leiloará licenças para operadores de caça pelo direito de atirar em 158 elefantes, mas ainda não decidiu o preço mínimo que fixará nas vendas, disse Kitso Mokaila, ministro do Meio Ambiente do país.
Serão vendidas também licenças de caça designadas a estrangeiros pelo valor de 20 mil pula (1.830 dólares) por cada autorização, de acordo com documentos do governo vistos pela Bloomberg. No país vizinho Zimbábue cobra-se 21 mil dólares pelo direito de matar um elefante.
Botsuana tem a maior população de elefantes do mundo, com cerca de 130 mil dos animais circulando livremente em todo o país.
Sob a óptica distorcida de que as vidas dos animais estão à venda e podem ser comercializadas, Dries van Coller, presidente da Associação Profissional de Caçadores da África do Sul disse à Bloomberg: “É um preço muito razoável, as autoridades preferem agir com cautela e ver como as coisas acontecem”.
O presidente Mokgweetsi Masisi colocou os paquidermes no centro da política do país antes das eleições de Outubro, mudando os compromissos assumidos por seu antecessor, Ian Khama, e irritando conservacionistas, dizendo que os elefantes são muito numerosos e ameaçam os moradores. Embora sua posição tenha conquistado amplo apoio rural, activistas dos EUA se manifestaram alertando de que turistas podem ir a outro lugar.
Infelizmente, ao suspender a proibição de caça, Botsuana se alinhou com seus vizinhos. O número de licenças de caça está abaixo do limite de 400 estabelecido e se compara a 500 licenças no Zimbábue e 90 na Namíbia. No SA, caçadores estrangeiros geraram R1.95bn em 2017. Menos de 50 elefantes são mortos no SA anualmente e a Zâmbia colocou à disposição 37 licenças para este ano.
O custo total de uma caça ao elefante normalmente envolve várias centenas de dólares por dia para os caçadores profissionais que acompanham os turistas, bem como taxas de acomodação e taxidermia. As caçadas podem durar de 10 a 18 dias em média. A maioria dos caçadores de troféus no sul na África vem dos EUA.
O presidente descreve a estratégia do pais para os animais como um “começo cauteloso e firme” da liberação da caça e que esteja “alinhado com os interesses económicos no país”.
“As vendas começarão em breve”, acrescentou Masisi .
O turismo, principalmente na forma de safáris fotográficos nas regiões Okavango e Chobe do país, representa um quinto da economia do Botsuana.
Fonte: ANDA