“Se, enquanto deputada do PAN, Cristina Rodrigues não conseguiu os seus objectivos, faz sentido voltar ao tema? Faz. E faz mesmo sabendo que a proposta tornará a ficar pelo caminho.” -Ficar pelo caminho?
Não poderia estar mais em desacordo com ele, no que ele diz nestas palavras. Pois acredito, convictamente, que desta vez vamos vencer. Por tanto; não vai ficar pelo caminho!
Mário Amorim
“Não só pelo crescente desinteresse da sociedade portuguesa na tourada e, por oposição, a evolução que tem ocorrido relativamente à protecção e bem-estar dos animais e ao crescente reconhecimento dos seus direitos, a tourada é um evento que já não deve ter lugar nos dias de hoje”.
Esta é a tese que a deputada não inscrita do PAN, Cristina Rodrigues, defende e que sustenta o projecto que entregou esta semana na Assembleia da República para acabar com as touradas e reconverter as praças de touros em espaços culturais.
É a segunda vez que o faz. A primeira tentativa, ainda enquanto deputada inscrita, não deu em nada. O que não deixa de ser estranho quando o país e o Mundo procuram efectivar uma maior consciência e sustentabilidade ambiental, que passa, naturalmente, pelo fim da crueldade exercida sobre os animais. Além de Portugal e Estanha, apenas alguns países da América Latina permitem práticas tauromáquicas.
Se, enquanto deputada do PAN, Cristina Rodrigues não conseguiu os seus objectivos, faz sentido voltar ao tema? Faz. E faz mesmo sabendo que a proposta tornará a ficar pelo caminho. O argumento para a insistência do tema é que agora há novos partidos, novos deputados e, portanto, é oportuno voltar a ouvir o poder sobre esta matéria. O Bloco de Esquerda já se mostrou disposto a contribuir caso o projecto de lei chegue à especialidade. A questão é saber se estes novos partidos e novos deputados serão finalmente capazes de tapar os buracos que a lei da protecção dos animais ainda tem, porque os argumentos a favor e contra estão mais que explorados.
Enquanto tal não acontecer, e não vale a pena argumentar com a tradição, continuaremos a viver num país onde a violência contra os animais é socialmente aceitável.
*Diretor-adjunto
Fonte: JN