QUASE HUMANOS O nascimento de dois novos bebes de gorila-da-montanha são uma vitória para a espécie

Entre a República Democrática do Congo, Ruanda e Uganda existem apenas 1.063 gorilas-da-montanha e essa é população total da espécie em todo o planeta

Seminame deu à luz em Janeiro a uma menina.

Um beb

Um bebé nascido em Janeiro de 2020 e outro em Setembro do ano passado no Parque Nacional de Virunga, na República Democrática do Congo (África), fez a população de gorilas-da-montanha subir para 1063 indivíduos. Ainda é pouco, afinal, em poucos metros andando pelas ruas de uma grande cidade cruzamos com mais pessoas do que o número total de gorilas-da-montanha existentes no planeta. Mesmo assim, esses dois novos bebes são uma vitória para uma espécie que é vítima da caça, do desmatamento, da agricultura, da guerra civil, extracção de carvão e doenças humanas como o Ebola.que é vítima da caça, do desmatamento, da agricultura, da guerra civil, extracção de carvão e doenças humanas como o Ebola.

Seminame é a gorila que deu à luz ao primeiro bebé de 2020 no início de Janeiro. Uma menina! Semminame tem 8 anos de idade e essa foi sua primeira gravidez.  A família de Seminame conhecida como “Munyanga” tem agora 10 indivíduos. As gorilas tornam-se sexualmente maduras entre 8 e 10 anos e então deixam a família para serem aceitas em outro grupo porque os gorilas não se reproduzem com parentes. O tempo de gestação é semelhante aos humanos, por volta de oito meses e meio.


Jicho deu à luz a um menino em Setembro de 2019. Ela tem 33 anos e é seu sétimo filho.

 

Em Setembro de 2019, a gorila Jicho deu à luz a um menino. Bem mais velha que Seminame, Jicho tem 33 anos e esse é seu sétimo filho. Ela é da família de gorilas conhecida como “Mapuwa” que aumentou para 25 membros. Uma curiosidade é que Jicho nasceu na família “Rugabo” que foi uma das primeiras a habitar o Parque Nacional de Virunga em 1984.

Existem hoje no Parque Nacional de Virunga 604 gorilas-da-montanha monitorados e protegidos por guardas florestais. Outros 459 gorilas dessa espécie habitam florestas de Uganda e Ruanda formando um complexo que conecta os três países por meio de suas fronteiras. Esse é o único lugar do mundo onde existem gorilas-da-montanha que ficaram conhecidos com o clássico “Na Montanha dos Gorilas”, estrelado por Sigourney Weaver  e que conta a vida da já falecida primatologista Dian Fossey, a maior responsável por essa espécie continuar viva até hoje.


Cena do filme “Na Montanha dos Gorilas”.

Muita gente confunde o gorila-da-montanha (Gorilla beringei beringei) com o gorila-da-planície (Gorilla gorilla gorilla), mas eles são muito diferentes. Na verdade, ambos são subespécies de gorilas. O da planície, além de não ser tão peludo quanto o da montanha e ter uma coloração mais amarronzada, conta com uma população muito maior (de milhares de indivíduos) e, infelizmente, já se tornou atracão de alguns zoológicos espalhados pelo mundo. Ainda não há nenhum gorila-da-montanha vivendo em zoo. Os gorilas não caçam e os únicos animais que comem são os cupins e alguns outros pequenos isentos. A alimentação é praticamente de folhas, brotos e bambus.

Para conhecer melhor o corajoso trabalho realizado no Parque Nacional de Virunga em defesa dos animais que lá habitam, acesse AQUI

Veja também fotos e notícias sobre os gorilas-das-montanhas pelo Instagram ou Facebook

Fátima ChuEcco é jornalista ambientalista e actuante na causa animal

Fonte: ANDA

(◉‿◉) Boa notícia! Esperança População de gorilas-das-montanhas sobe para 880

Os gorilas-da-montanha estão ameaçados de extinção. Foto: Roland Hoskins/DailyMail
Os gorilas-da-montanha estão ameaçados de extinção.

Em meio a guerras civis das mais sangrentas, caça, devastação do habitat natural e doenças transmitidas pelos humanos, os gorilas das montanhas estão conseguindo uma das mais inacreditáveis proezas: sobreviver e se reproduzir. O número é ainda bastante tímido, ou seja, são apenas 880 gorilas dessa espécie em todo o planeta, mas no último censo, realizado cerca de um ano e meio atrás, eles eram 720, sendo que no início dos anos 90 somavam apenas 620.

Esse número não os tira da lista de animais em vias de extinção, mas já dá uma grande esperança para aqueles que se esforçam por sua permanência na Terra. Aliás, se não fosse o trabalho duro e perigoso dos guardas florestais, já não haveria nenhum gorila da montanha vivo. Em defesa desses “gigantes gentis”, como a mídia internacional costuma chamar os gorilas, 140 guardas já morreram nos últimos anos. Há um esforço sobrehumano em preservar o habitat dos gorilas e sensibilizar a população que vive ao redor do Parque Nacional de Virunga, na República Democrática do Congo (RDC), país que concentra a maior parte deles e, para piorar a situação, é um dos mais pobres e violentos do mundo. Esse trabalho pode ser conhecido no site.

Ruanda e Uganda detém o restante das famílias desses gorilas sendo que algumas são até visistadas por turistas. Pode parecer difícil levar à extinção esses animais tão fortes, mas acontece que os gorilas são vegetarianos e pacíficos. As famílias têm sempre um líder, o “costas prateadas”, que costuma ser o maior e mais forte, mas a conduta desse gigante não é agressiva. Quando ameaçado ele tenta, primeiro, assustar o inimigo quebrando galhos e batendo fotemente no próprio peito. É somente em último caso que parte para a luta corporal. Por isso os gorilas são facilmente abatidos com armas de fogo, surpreendidos por caçadores ou milícias da RDC que, no momento, são pelo menos três grupos brigando entre si e também com o governo pelo poder – uma situação que teve início nos 90 e castiga o povo e a vida selvagem até hoje.

Os gorilas têm diversas semelhanças com os humanos. Foto: Roland Hoskins/DailyMail Os gorilas têm diversas semelhanças com os humanos.

Tão parecidos conosco
O casaco natural que reveste o corpo dos gorilas-das-montanhas pode, à primeira vista, fazer com que pareçam muito diferentes de nós, mas isso é só aparência. Os pelos grossos servem para protegê-los do frio, já que vivem em baixas temperaturas nos cumes da Montanha de Virunga, e também das chuvas torrenciais nas densas florestas que percorrem durante o dia. Mas eles têm mãos comos as nossas, com dedos e polegares, são afetuosos uns com os outros e conhecem folhas e plantas como os índios. Além disso, não se reproduzem com parentes. As jovens gorilas, que chegam à puberdade por volta dos 11 ou 12 anos, como as garotas humanas, deixam a família para ingressarem em outros grupos.

O repórter Nick Fagge, do famoso jornal Daily Mail, esteve recentemente em visita à RDC onde pôde ver de perto, mas bem de perto mesmo, famílias de gorilas-das-montanhas, acompanhado pelo fotógrafo Roland Hoskins, cujas imagens ilustram essa matéria. “Em lugar de sentir medo, eu fiquei cheio de admiração e uma vontade de não fazer absolutamente nada que pudesse perturbar esses anfitriões maravilhosos”, comentou o repórter na edição do jornal de 20 de outubro.

Acompanhado por guias e guardas florestais, ele observou jovens gorilas brincando com camaleões e sapos: “São curiosos com outros animais e brincam como qualquer criança. São nossos primos. Quando você vê o gorila percebe quanto ele se assemelha ao ser humano. Eles se comportam como seres humanos e ajudam uns aos outros. Se um dos gorilas está doente todos os outros membros da família ficam preocupados e tentam ajudar”, disse.

Nick conheceu Andre Bauma, um congolês encarregado de cuidar dos gorilas orfãos. Nas fotos Andre abraça Maisha, que apesar do tamanho, ainda é um pré-adolescente completamente apegado ao seu protetor humano. “Para eles sou sua mãe. Acordo com eles, dou café da manhã, almoço e brincamos muito durante o dia. Faço tudo que uma mãe faria”, disse Andre em entrevista à Nick.

O diretor do Parque Nacional de Virunga, Emmanuel de Merode, ressaltou à Nick que há um novo problema a ser enfrentado na região: “A derrubada das árvores para se fazer carvão é um grande problema porque é o principal combustível usado por moradores locais para cozinhar. Árvores na floresta protegida por lei são derrubadas. Além disso, o carvão rende um bom dinheiro para os rebeldes que vivem dentro do parque. Com esse dinheiro eles compram armas e equipamentos de comunicação que lhes permite manter o seu exército”.

Andre Bauma é encarregado de cuidar dos gorilas orfãos. Foto: Roland Hoskins/DailyMail Andre Bauma é encarregado de cuidar dos gorilas orfãos.

Gorilas estão entre os novos objetivos da ONU
Proteger os gorilas das montanhas junto com outros animais, habitats naturais e oceanos está entre as 17 metas de desenvolvimento sustentável adotadas pelas Nações Unidas no mês passado. O apoio pode impedir que empresas se instalem nas proximidades do Parque Nacional de Virunga intensificando ainda mais a devastação local e morte de centenas de animais. Essa problemática de empresas estrangeiras se instalando no habitat dos gorilas, inclusive, rendeu ao documentário “Virunga” uma indicação ao Oscar e vários prêmios internacionais. Enquanto o apoio da ONU ainda é recente e os resultados não podem ser medidos, a mesma equipe de heróis anônimos que defende os gorilas-das-montanhas em RDC busca a implantação de alternativas naturais para se obter combustível e energia. Um plano de hidrelétrica irá fornecer eletricidade limpa para assentamentos humanos e a fabricação de sabão de óleo de palma está em andamento gerando empregos.

Fonte: ANDA