Morreu o forcado colhido pelo Touro que estava a torturar, e o qual, apesar de moribundo, conseguiu reunir derradeiras forças para se defender do seu carrasco, como é de seu direito e instinto.
Não aplaudo a morte de um carrasco. Obviamente. Mas também não a choro. O mundo libertou-se de uma criatura que passou a vida a torturar Touros moribundos. Não surpreende que tivesse acabado a vida deste modo, porque colheu simplesmente o que plantou.
Pedro Primo, à esquerda, não resistiu aos ferimentos…
O mais insólito disto tudo, é que esta e outras mortes como esta, levam o carimbo do governo português, que nada faz para abolir esta prática cruel e violenta que mata animais não humanos (Touros e Cavalos) mas também animais humanos (os seus carrascos), numa escalada de violência que, ultimamente, tem-se verificado com muita frequência.
O forcado Pedro Primo, que tinha apenas 25 anos, e pertencia aos Amadores de Cuba, morreu esta terça-feira, num hospital em Lisboa, depois de ter sido colhido por um Touro moribundo, que reuniu as últimas forças, para se defender, com bravura, do ataque selvagem e cobarde dos forcados.
Pedro Primo despedia-se das arenas no passado sábado, em Cuba (Beja), durante uma corrida de touros à portuguesa, a mais cruel, a mais selvática de todas as actividades tauromáquicas.
Se ao menos os pais do Pedro lhe tivessem incutido valores humanos quando era criança… O que fazem os pais aficionados? Incitam as crianças a tornarem-se violentas e cruéis, inúteis, parasitas da sociedade. E isto tudo com o aval dos governantes e dos responsáveis pela Protecção de Menores…
O forcado foi transportado para o Hospital de Beja e, depois, transferido de helicóptero, para o Hospital Curry Cabral, em Lisboa, onde acabou por morrer. E tudo isto pago com dinheiros públicos.
É de lamentar que ninguém aprenda nada com estas mortes inúteis e completamente insanas.
Ao Pedro Primo já não poderemos perguntar se valeu a pena andar a torturar touros, cobardemente, para morrer sem glória, numa arena, rodeado de sádicos. Lamento a inutilidade da sua vida, e ainda mais a insanidade da sua morte.
Mas aos outros forcados, pergunto: vale a pena semear violência? É que os carrascos não terminam a vida tranquilamente, deitados na relva de um jardim, porque não o merecem. A Lei do Retorno é infalível e implacável. E colhemos sempre aquilo que semeamos.
Mais uma morte, na longa lista de mortos e estropiados nestas práticas violentas e cruéis, avalizadas pelo governo português.
Isabel A. Ferreira
Fonte da imagem:
Fonte: Arco de Almedina