Como o levantamento do número de animais mortos está em fase preliminar, é provável que a quantidade de mortes seja ainda maior do que acredita-se actualmente
Um levantamento do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), estimou em 26% a perda da vegetação pantaneira durante as queimadas que devastaram o bioma em 2020. O fogo também matou mais de 10 milhões de animais.
De acordo com o estudo, o tamanho da devastação se equivale a quase o território do estado do Rio de Janeiro. Gerente de Pesquisa e Meio Ambiente da RPPN do Sesc Pantanal, Cristina Cuiabália explicou ao Jornal Nacional que cada área foi atingida numa intensidade diferente por conta da diferença entre as paisagens. “Nas áreas com matas mais densas, o fogo foi mais lento. Nas mais abertas e mais secas, foi mais rápido”, disse.
As transformações do bioma pantaneiro são acompanhadas há mais de 25 anos pelo Embrapa Pantanal, Walfrido Tomas, que atualmente coordena um grupo de cientistas que realiza o levantamento do número de animais mortos durante as queimadas. Estimativas preliminares apontam mais de 10 milhões, mas esse número deve ser ainda maior.
“Nós estamos na fase de análise ainda. Mas já está mostrando que morreram mais de 10 milhões de animais. Dimensionar um número preciso a gente não sabe dizer. Mas foram milhões, milhões de animais que morreram”, comentou.
“A gente não tem a noção de qual diversidade biológica foi impactada, especialmente invertebrados. Se você pensar em cupins, abelhas, formigas, esses animais todos. É uma gama muito grande de invertebrados no Pantanal. Além de ser pouquíssimo conhecido ou praticamente desconhecido, a gente não tem como ter a dimensão que o fogo causou”, completou.
Além dos animais que agonizaram em meio às chamas, sufocando com a fumaça e sentindo seus corpos queimarem, muitos outros morreram de fome e de sede, já que a escassez de água e alimento se tornou realidade no bioma após as queimadas.
Fonte: ANDA