Crise climática: Planeta está no ponto mais quente de sempre em 12 mil anos

incêndios e desflorestação Amazónia Incêndios na Amazónia, em 2020

O planeta é mais quente agora do que foi durante, pelo menos, 12.000 anos, um período que abrange todo o desenvolvimento da civilização humana, de acordo com uma nova investigação publicada na revista Nature

A análise da temperatura da superfície dos oceanos mostra que as alterações climáticas induzidas pelo homem colocaram o mundo em “território desconhecido”, de acordo com os autores do estudo. O planeta pode mesmo estar no seu ponto mais quente em 125.000 anos, embora os dados sobre esse período tão distante sejam menos certos.

A investigação chegou a estas conclusões ao resolver um ‘puzzle’ de longa data conhecido como o “enigma da temperatura holocénica”. Os modelos climáticos indicaram um aquecimento contínuo desde que a última era glacial terminou há 12.000 anos e o período holocénico (uma era geológica) começou.

“Demonstramos que a temperatura média anual global tem vindo a subir nos últimos 12.000 anos”, disse a cientista que liderou a investigação, Samantha Bova, da Universidade Rutgers, nos Estados Unidos.

“Isto significa que o período de aquecimento global moderno e causado pelo homem está a acelerar o aumento, a longo prazo, da temperatura global, tornando hoje o mundo num território completamente desconhecido. Altera a linha de base e sublinha o quão crítico é levar a nossa situação a sério”, sublinhou, citada pelo The Guardian.

Os cientistas vão mais longe e dizem que o planeta pode estar mais quente do que nunca em 125.000 anos, que foi o último período quente entre as eras glaciares. Contudo, os cientistas não conseguem ter a certeza, uma vez que há menos dados relacionados com esse período.

O nível de dióxido de carbono está hoje no seu máximo há cerca de 4 milhões de anos e está a subir ao ritmo mais rápido dos últimos 66 milhões de anos. Mais subidas da temperatura e do nível do mar são inevitáveis até que as emissões de gases com efeito de estufa sejam reduzidas a zero.

Fonte: executivedigest.sapo.pt