Retrocesso Elefante é explorada em comício de pré-candidato à presidência dos Estados Unidos

Foto: Twitter/WTSP

No dia 28 de Novembro, Donald Trump – pré-candidato à Presidência dos Estados Unidos em 2016 – fez um comício eleitoral em Sarasota, Flórida, nos Estados Unidos, apresentando um participante incomum: um elefante de verdade.
Porém é óbvio que o animal não estava ali voluntariamente – ele estava sendo explorado como “atração” para a campanha e foi levado pela empresa “The Elephant Walk”, cujo dono, Frank Murray, é um ávido apoiador de Trump. Ele escreveu “TRUMP MAKE AMERICA GREAT AGAIN” (“Trump, faça a América grande de novo”) a giz na lateral do corpo do elefante. As informações são da Care2.
De acordo com o Sarasota Herald-Tribune, Murray levou o elefante, uma fêmea chamada Essex, para simbolizar “o seu amor pela América”, e muitas pessoas quiseram tirar fotos ao lado do animal durante o dia.
“Esse é mais um caso de uso de elefante para chamar a atenção, mais um evento de exploração”, comentou Carol Buckley, fundadora da Elephant Aid International, uma organização sem fins lucrativos que atua em defesa dos elefantes. “O giz é uma substância que irá ressecar a sua pele – não permanentemente, mas irá. O barulho não parecerá incomodá-la pois elefantes usados em performances estão condicionados a isso, mas afeta-a em um nível subconsciente, uma vez que eles não foram criados para conviver com essa agitação, o que os leva a ficarem eventualmente violentos ou deprimidos”.
Murray, que tem experiência em manipular elefantes, deveria considerar esses fatores quando levou o pacífico animal a um dos maiores eventos políticos da história de Sarasota – com 12.500 pessoas e Trump chegando de helicóptero. No entanto, isso não está no foco de suas preocupações, pois ele ganha a vida às custas desses animais. Sua empresa, baseada em Gainesville, aluga o elefante para eventos ruidosos e lotados como circos e feiras.
Durante o longo tempo em que Murray vem fazendo isso, ele foi acusado de quatro casos de crueldade contra animais por “infligir crueldade desnecessária e não prover sustento a animais sob seus cuidados”. Ele conseguiu escapar de um mandado de 16 anos de prisão até que uma dica da organização In Defense of Animals (IDA) levou à sua prisão em Nova Jersey em 2012.
A filha de Murray, Lauryn Murray, negou fortemente as acusações.
“Meu pai nunca foi preso por crueldade animal”, escreveu ela. “Ele tem um histórico impecável nos últimos 35 anos junto aos Departamentos de Agricultura e Vida Selvagem, o que é documentação real vinda de agências governamentais reais”.
A Sociedade para Prevenção da Crueldade aos Animais de Nova Jersey (NJSPCA), que é a agência que realizou a apreensão, confirmou que Murray foi acusado.
“Ele foi acusado de crueldade animal em 1996 e passou por cima disso”, disse o porta-voz da NJSPCA Matt Stanton à Care2 por telefone. “Havia um mandado de prisão e nós o pegamos após seguir uma denúncia. Ele pagou as suas fianças e nunca ouvimos falar dele novamente”.
Com a sua última ação, Frank Murray desobedeceu a uma lei contra crueldade animal da Flórida.
“A Flórida tem uma lei estadual que proíbe que se escreva no corpo de um animal com corantes artificiais”, disse Carney Anne Nasser, advogada da Animal Legal Defense Fund. “É ilegal para qualquer pessoa tingir um animal”.
A empresa The Elephant Walk também é uma reincidente na desobediência a esta lei. Em sua página no Facebook, a companhia comemorou a derrubada da proibição do “bullhook” (instrumento de tortura a elefantes) assinado pelo governador da Califórnia, escrevendo em um elefante como se ele fosse um quadro negro.
Quando contatado, Lauryn Murray se recusou a comentar o incidente no comício de Trump.
Os profissionais responsáveis pela campanha de Trump não retornaram as ligações que pediam um posicionamento sobre o assunto mas, segundo a reportagem, Donald Trump não tem o melhor histórico quando se trata de animais. Os seus filhos são caçadores, colecionadores de partes de corpos de animais como “troféus”, e mataram um elefante por diversão no passado, sendo que o seu pai declarou que não havia problemas quanto a isso.
Em Março de 2015, após o Circo Ringling Brothers ter anunciado que iria parar de usar elefantes em seus shows, Trump comentou a medida dizendo, “Por mim, eu não irei mais a esse circo”.
Para os que realmente se importam com os direitos animais, no entanto, a recente façanha eleitoreira de Sarasota é até mais nociva do que possa parecer.
“Em um cenário abrangente, a mensagem que se envia é que nós podemos  continuar a usar e explorar elefantes, e que está tudo bem”, lamenta Buckley.
Segundo Nasser, cabe à procuradoria do condado de Sarasota processar Murray pela violação da lei. Assine a petição para ajudar a pressionar o escritório a fazer isso.
Fonte: ANDA