Devastação ambiental Queimadas destruíram 23% do Pantanal, aponta levantamento da UFRJ

Amazónia; Pantanal.
Um verdadeiro crime para a humanidade!
Os criminosos que estão na génese destas monstruosidades devem ser apanhados e presos para toda a vida.
Isto deixa-me muito, muito triste e revoltado!

Mário Amorim


Mais de 3,4 milhões de hectares foram destruídos pelo fogo até 27 de Setembro

As queimadas que consomem o Pantanal há três meses destruíram 23% do bioma – foram mais de 3,4 milhões de hectares queimados até 27 de setembro, o que representa um aumento de 122% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando 1,5 milhão de hectares foram devastados.

Os dados foram apresentados pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Responsável pelo levantamento, a professora do Lasa, Renata Libonati, afirmou ao G1 que o fogo destruiu grande parte das reservas naturais e das terras indígenas.

“Houve uma evolução significativa da área queimada nestes últimos dias, principalmente na região da Serra do Amolar, no Pantanal norte, alcançando o Parque Nacional do Pantanal Matogrossense e algumas RPPN [Reserva Particular do Patrimônio Natural]”, disse Libonati.

“Essas queimadas iniciaram fora do Parque Nacional e das Reserva Particular do Patrimônio Natural, mas avançaram para essas localidades”, completou.

Segundo ela, mais da metade da Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Elizer Batista foi queimada. “60% da sua área foi atingida pelo fogo até a segunda-feira (28). Além disso, também teve avanço do fogo no sul do Pantanal”, afirmou.

Treze das 24 Unidades de Conservação do Pantanal, além da Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenheiro Elizer Batista, foram afetadas pelas queimadas. As que sofreram maior impacto ambiental foram:

  • Parque Estadual Encontro das Águas, com 84,5% do território
  • Reserva Particular do Patrimônio Natural Arara Azul, com mais de 89% do território
  • Sesc Pantanal, com mais de 82% do território

Fonte: ANDA

DEVASTAÇÃO AMBIENTAL Como a pesca prejudica o meio ambiente

Actividade interfere na biodiversidade, favorece alterações nos ecossistemas e contribui com a extinção de muitas espécies

Quando se fala em impacto ambiental é muito comum a associação principalmente com o as implicações em terra firme – envolvendo desmatamento, poluição resultante da industrialização, entre outros factores já bem conhecidos, ainda que 70% do planeta seja coberto por água.

Importância dos mares e oceanos

No entanto, o que parece acontecer ainda mais distante dos nossos olhos, normalmente não ganha a devida atenção ou nem mesmo qualquer atenção por parte da maioria – e essa é a realidade dos mares e oceanos que recebem mais de 90% da energia armazenada pelos gases do efeito estufa – como já apontado pela ONU.

Ainda que os oceanos tenham condições de absorver até 93% do gás carbónico do planeta, tal capacidade é comprometida por inúmeras actividades humanas – e uma das que merece destaque é a pesca que culmina por ano em captura e matança de 790 bilhões a 2,3 trilhões de peixes, conforme levantamento do site britânico Fish Count.

Pesca interfere na biodiversidade

Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a pesca tem reduzido a abundância de espécies de peixes, comprometido o potencial de desova e os parâmetros populacionais – incluindo crescimento e maturação.

A capacidade reprodutiva dos peixes também tem sido afectada pela prática, assim como processos ecológicos em larga escala. O impacto geral da actividade é comparado desde a década de 1990 ao da agropecuária.

Pesquisadores como Villy Christensen e D. Pauly, da Universidade da Columbia Britânica, no Canadá, apontaram há décadas que a pesca pode transformar um ecossistema estável em um ecossistema bastante ineficaz.

ACtividade favorece alterações nos ecossistemas

Isto porque ao interferir na abundância de espécies e na predação natural, a pesca modifica profundamente a cadeia trófica e os fluxos de biomassa e energia do ecossistema; e pode ainda modificar e destruir a topografia dos habitats.

Ao alterar esse cenário, há também o comprometimento das florestas marinhas, que são responsáveis pela absorção de grandes quantidades de carbono, contribuindo no combate às mudanças climáticas.

Afinal, estima-se que as algas marinhas benéficas são responsáveis pela absorção de até 20 vezes mais carbono do que as florestas terrestres, de acordo com a organização norte-americana Oceana. Por esse motivo, o condado de Sussex, na Inglaterra, decidiu banir no início deste ano a pesca por uma área de 304 quilómetros de sua costa.

Contribuição à extinção de muitas espécies 

A pesca global, assim como a acidificação dos oceanos em decorrência das mudanças climáticas, tem contribuído com a extinção de mais de um terço dos mamíferos marinhos, conforme relatório da Plataforma Intergovernamental de Políticas Ciências em Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IBPES).

O impacto não está apenas em mares e oceanos, onde o atum e o bacalhau original (gadhus morua) são considerados espécies em extinção. Prova disso é uma estimativa da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN em inglês) que aponta que as acções humanas, incluindo a pesca, culminaram no declínio de 83% das populações de água doce entre os anos de 1970 e 2014.

A pesca também é cruel com os golfinhos. Apenas em um período de quatro meses de 2019 o Observatório Pelagis levantou que 1,2 mil golfinhos foram mortos como efeito colateral da pesca na França. Vale lembrar que a actividade é apontada como responsável pelo Comité Científico da Comissão Baleeira Internacional (IWC) de aproximar o golfinho de Mauí da extinção. Enquanto em 1971 havia pelo menos dois mil indivíduos da espécie, hoje o total é de 57 golfinhos.

Pesca fantasma afeCta 69 mil animais por dia 

Outro problema é a a pesca fantasma, que só no Brasil atinge 70% dos mares, conforme estimativa da organização World Animal Protection (WAP). O termo diz respeito aos equipamentos descartados ou perdidos nos mares, que somam pelo menos meia tonelada por dia, afectando 69 mil animais marinhos – que podem se ferir e morrer. Por ano, o resultado é ainda mais preocupante porque representa o declínio populacional de 5% a 30% de algumas espécies marinhas.

Além disso, para quem se preocupa com o bem-estar dos peixes, “Glass Walls” ou Paredes de Vidro”, um documentário lançado em 2009 e narrado por Paul McCartney mostra como os peixes sofrem em consequência da descompressão, sufocamento e esmagamento em decorrência da actividade.

“Nesse tipo de pesca, geralmente pega-se ‘acidentalmente’ golfinhos, baleias, tartarugas e outros animais indesejados por parte da indústria. São todos rotineiramente fisgados por anzóis e emaranhados em redes. [Quando indesejados] seus corpos são jogados de volta ao oceano”, acrescenta McCartney, ponderando que alguns cientistas ambientais acreditam que nesse ritmo os oceanos estarão vazios até o ano de 2048.

Documentário aponta outros problemas com a pesca

Em “Glass Walls”, a aquacultura e as criações industriais subaquáticas também são qualificadas como extremamente abusivas, já que não é tão incomum os peixes terem de nadar entre seus próprios dejectos em tanques congestionados e até contaminados.

“As doenças prosperam. As condições em algumas fazendas são tão horríveis que 40% dos peixes morrem antes mesmo dos criadores matá-los e empacotá-los como comida”, critica Paul McCartney.

Outro factor a se considerar é que, segundo o documentário, o consumo de peixes é a causa número um de intoxicação alimentar, e o único meio realmente significativo dos seres humanos estarem expostos à intoxicação por mercúrio, o que, dependendo da quantidade, pode causar problemas neurológicos.

Fonte: ANDA