Defender as touradas como costume cultural requer uma boa dose de cinismo e psicopatia.

Defender as touradas como costume cultural requer uma boa dose de cinismo e psicopatia. No entanto, matar um animal aos poucos como prova de valentia ou diversão faz parte da tradição cultural da Idade do Bronze, uns milhares de anos antes de Cristo. Por outro lado, acreditar que a sociedade actual precisa desse tipo de entretenimento é sinal de atraso, digno de quem ainda vive nesta época. Touradas e festivais que envolvem o sofrimento e morte de touros e outros animais, infelizmente ainda acontecem não apenas em Portugal, mas também em Espanha, França, México e outros países de colonização hispânica. A indústria das touradas tenta inscrever a tauromaquia na UNESCO como Património Cultural Imaterial, lado a lado com o Samba o Tango ou a Valsa, “obviamente, isso trata-se de uma perfeita aberração”. Tortura e morte de animais para fins lúdicos não podem ser considerados Património Cultural Imaterial e os argumentos para justificar a continuação deste espectáculo sádico e cruel, sustentados numa tradição inexistente, não são, nunca foram nem nunca serão convincentes.

Cândido Coelho