Quem sofre numa corrida de touros, é o touro.
Sempre que um toureiro, ou um forcado fica ferido, ferido gravemente ou morre, é duas coisas. Primeiro, é o touro, no seu pleno direito a defender-se da crueldade que é vitima. Depois, é a lei do karma a acontecer. E ela não perdoa. Sempre que prejudicamos outro ser sensível, mais tarde ou mais cedo, retornará a nós. E de tal não escapamos. E é isso que acontece, sempre que um toureiro, ou um forcado fica ferido, ferido gravemente, ou morre.
E a culpa não é do touro.
A culpa é do toureiro, ou do forcado.
O toureiro, e o forcado, nunca são obrigados a estar numa arena de uma praça de touros, a serem cruéis para com o touro.
Mas tal não acontece com o touro.
O touro, não quer lá estar, mas é barbaramente obrigado a lá estar.
E já agora, deixo umas perguntas: quem defende a tauromaquia, se estivesse no lugar do touro a levar com umas bandarilhas no lombo, na arena de uma praça de touros, não se iria defender? Iria ficar quieto?
Pois é!
Pimenta no cu dos outros é refresco!
O touro pode ser cravado de bandarilhas, pode sentir dor, pode sofrer. Mas quem defende a tauromaquia; isso, nem pensar. Que seja o touro!
Por todas estas razões, sempre que um toureiro, ou um forcado fica ferido, ferido gravemente ou morre, não fico com pena nenhuma.
Só me preocupo com o touro, que é barbaramente torturado, física e psicologicamente, numa praça de touros. Sou sempre por ele!
Sobre o toureiro, e sobre o forcado, como diz outro ditado; quem semeia ventos, colhe tempestades!
Mário Amorim