Ultimamente, na minha realidade experiencial (a.k.a experiência terrena) para onde quer que olhe vejo pessoas numa fase crucial de problemas/desafios nos relacionamentos com o outro (com o foco maior nos relacionamentos amorosos, mas extensível aos outros tipos de relacionamento: familiar, social, pessoal, etc). Por este motivo resolvi escrever um pouco sobre o que a minha experiência até à data me “ensinou”. Alguns de vocês poderão rever-se na minha experiência…para outros será uma versão totalmente nova…uns concordarão comigo, outros discordarão…qualquer que seja o modo como vão ler e interpretar/integrar este texto é irrelevante para mim… se ele vai servir para vos “iluminar” o caminho já percorrido ou por percorrer não é responsabilidade minha…
Acredito que viemos à Terra para experienciar o corpo físico, a chamada “forma” numa variedade de dimensões. A dimensão mais conhecida e experienciada conscientemente por todos nós é a terceira dimensão (3D), i.e, altura, profundidade e largura. Nascemos e crescemos programados nesta dimensão. À medida que crescemos mais um pouco acrescentamos a estas três dimensões a 4ª dimensão que é o Tempo, e passamos a dividir ou catalogar as nossas experiências em termos de passado, presente e futuro (Isto é a explicação básica da coisa. A explicação mais avançada é que a cada uma destas dimensões corresponde uma parte do nosso “corpo” ou “forma” nomeadamente, a dimensão da vida (1ª dimensão), dos sentidos (2ª dimensão), espaço-mente (3ª dimensão) , mente-tempo(4ª dimensão), ou ainda corpo físico, emocional, intelectual ou mental e espiritual).
Partindo desta premissa básica podemos dizer que a nossa luz divina (luz interior, Alma, Eu Maior, Eu Superior, Deus….seja lá o que for que cada um lhe chame) está a experienciar a realidade das suas potencialidades infinitas sob uma casca física (corpo físico). És então um SER que é ao mesmo tempo espiritual/ divino e HUMANO ou terreno. Posto de outra forma (como é posto por muitos místicos e seres comummente denominados espirituais) és uma luz divina a experienciar-SE, a ter uma experiência terrena de si própria. À tua volta todos estão nessa mesma situação e todos são exactamente iguais nesta premissa: são seres divinos a experimentarem uma das suas versões terrenas. Neste “Jogo” que é a Vida o propósito maior é o “Despertar” ou seja, acordar para o facto de sermos estas duas coisas simultaneamente e ao longo da vida uns atingem este propósito maior, outros não…
Partindo do pressuposto que ainda estás a ler este texto, eu diria que és um dos que já despertou para este 1º facto: és um ser espiritual a ter uma experiência terrena. SABES que viemos aqui para nos experienciarmos, para expandirmos a nossa consciência, para passarmos por experiências que nos ensinem o que é a dor, o prazer, a alegria, a tristeza, a paz, o tumulto, etc.
O próximo passo que damos (e alguns estão ainda encalhados neste passo) é o de aceitar que tudo no Universo é perfeito e tem uma lógica subjacente…não existem coincidências, nem “acidentes” ao acaso (esta parte é muito difícil de perceber usando apenas os níveis de consciência pertencentes à nossa parte humana). Assim sendo, a tua Alma definiu e planeou com outras almas como tu, os eventos e palcos necessários para se desenrolarem determinadas situações que irão (potencialmente) despoletar em ti determinadas reacções e acções. Alguns destes acontecimentos serão fulcrais para a tua evolução (ou expansão de consciência) outros nem por isso…nalguns serás o actor principal noutros serás um ator secundário… e estabeleces então “contratos” com essas “almas companheiras”. Depois de estabelecidos os contratos encarnas (ou nasces). Escolheste um veículo terreno (i.é um corpo físico, emocional, mental e astral) que contém no seu ADN os componentes necessários para viveres essa experiência, encarnas num determinado tempo (era) e espaço (local físico), sob a influência de determinados aspectos cósmicos (mapa astral), com determinados genes (herança genética: pais, irmãos , familiares) e com as tuas missões (desafios). Até aqui, tudo simples de compreender ou de pelo menos imaginar que é possível que assim seja.
Nasces e começas a tua jornada (muito bem compreendida no simbolismo da jornada do Louco no Tarot) de encontros e desencontros, de vitórias e derrotas, de alegrias e tristezas. de desafios e superações…e é aqui que entram em palco as outras personagens necessárias para que experiencies a tua história. Cruzas-te com as almas com as quais estabeleceste contratos cósmicos, que existem na tua realidade física para te ajudarem a atingir o teu potencial máximo de consciência num determinado espaço de tempo (a tua vida terrena).
Se não tens consciência destes factos (que escolheste previamente as tuas experiências: boas e más) e não consegues manter essa consciência na interacção com os Outros, se não estás acordado para o facto da principal razão da vossa interacção é fazer-vos crescer e evoluir para uma melhor versão de vocês próprios as coisas complicam-se e como se costuma dizer :” é neste ponto que a “merda” atinge a “ventoinha!”
Se ambos estão despertos para esse facto, a interacção acontece e dá-se a expansão da consciência. Cada um torna-se uma melhor versão de si próprio após o encontro, cumprindo assim o contrato pré-estabelecido, ficando desvinculado de repetir essa lição com essa pessoa. Se um dos dois não está acordado, um de vocês sobrevive a essa experiência e avança na sua caminhada, e o outro fica “preso” na merda a lutar contra a força de acção da ventoinha, ou seja, não aprendeu a lição e esta vai repetir-se uma e outra vez até ele a aprender.
Os contratos de alma têm premissas diferentes, para potenciarem experiências também elas diferentes. Todos eles irão motivar uma acção da tua parte. Esta acção pode encarnar a tua sabedoria superior e encontrar uma resolução que está de acordo com a tua frequência e vibração mais elevada, trazendo o teu potencial máximo para essa “forma” em que estás encarnado ( contratos com almas gémeas) ou pode encarnar o teu ego, a tua versão de sabedoria inferior, colocando-te num plano de frequência e vibração puramente terreno e material (contratos com almas cármicas), perpetuando a recorrência desse mesmo tipo de experiência; Estes últimos colocam-te em situações que te parecem injustas, terríveis, mau carma, azaradas, miseráveis, maléficas, sofridas, depressivas … para que possas ter consciência do teu julgamento ao outro e a ti próprio. Quando consegues perceber e ver este padrão, estas diferenças entre os tipos de contratos que estabeleceste, consegues sofrer uma “injustiça” e não te sentes injustiça-do, ou sofres uma perda e não te sentes abandonado, ou sofres um desgosto, mas não te sentes deprimido… pois entendes que esse era o contrato e tudo está a acontecer como tem que acontecer. Nesse momento consegues sair da situação cármica e resolves o contrato.
Resumindo, estamos constantemente a: ser “motivados a” agir conscientemente para a solução de circunstâncias ou a continuarmos a julgar as circunstâncias e situações como não sendo o que têm que ser. Se queres saber em que fase da tua evolução estás, só tens que avaliar a natureza dos teus relacionamentos: 1º a natureza do teu relacionamento contigo próprio e depois com os outros. Dos cenários acima descritos quais são os mais recorrentes na tua vida?
Quer as almas gémeas, quer as almas cármicas potenciam os dois tipos de experiências! A diferença (na minha perspectiva) é que as primeiras fazem-no de forma suave. Os conflitos vêem à superfície e são resolvidos de forma harmoniosa, deixando-te uma sensação de satisfação, plenitude e bem estar e o vínculo com essas pessoas nunca se desfaz. As segundas são mais desafiadoras, podem demorar (e normalmente demoram!) mais tempo a serem resolvidas, mas quando são resolvidas, o vínculo com elas deixa de existir…. As primeiras espelham aquilo que precisas melhorar ou integrar em ti próprio; as segundas espelham aquilo que não queres mais integrar, aquilo que não queres ser ou sabes que não és…
E depois destas duas, vem as chamadas “chamas gémeas“. Poderás nunca ter ouvido o termo…eu própria só o conheço há relativamente pouco tempo…e ainda não consigo explicá-lo muito bem, pois a informação existente é “contraditória”. Existem, no entanto, traços comuns nas várias versões existentes e são esses (aliados à minha experiência pessoal) que vou partilhar.
Uma chama gémea é o teu ponto de equilíbrio (ou desequilíbrio) mais “perfeito” neste plano terreno, da dualidade. É o encontro energético yin/yang da mesma centelha divina, materializado na terra. Uma chama gémea é aquele ser que entra na tua vida repentinamente (para alguns tão repentinamente que nem sabem bem de onde surgiu!) com o propósito de te acordar da forma mais rápida e deveras intensa ( daí o nome “chama”- flame…pois tem o potencial do fogo) para a tua realidade divina.
Este ser entra na tua vida e num primeiro momento o mundo pára e sentes que chegaste a “casa”…estás feliz, em paz e harmonia…perto dele/a tiras as máscaras, baixas as defesas, mostras as vulnerabilidades e consegues finalmente ser quem és sem medo, sem culpa, nem tabus. Há um reconhecimento imediato nele , daquela parte divina de ti…como se olhasses para ele e visses simultaneamente o humano e o divino encarnados à tua frente. O conto de fadas tornou-se real, materializou-se. Isto é real e é sentido por ambos, mas poucos estão preparados para este encontro.. Na verdade, este tipo de encontros era raro, muito raro até há bem pouco tempo. Neste momento, o planeta está num ponto de viragem muito importante, o chamado “ou vai ou racha”, ou sobrevive ou se destrói e na urgência deste cataclismo eminente é necessário acelerar o processo de despertar pelo amor, de acordarmos para o nosso propósito maior e o nosso potencial mais elevado, a nossa cura interior.
Qual é a diferença entre uma alma gémea e uma chama gémea perguntam vocês, já que muitos sentem ou já sentiram algo como o descrito acima com uma alma gémea? A diferença é que a chama gémea vira-te a vida ao contrário em três tempos! Tão rapidamente quanto entrou, deixa-te a vida de pernas para o ar, sem perceberes o que te aconteceu (já ouço alguns a dizer: isso não é a chama gémea, é um sociopata, narcissista e egocêntrico que se cruzou no teu caminho! Sim, partilha algumas das características dessas pessoas sem dúvida). A partir desse encontro (ou reencontro como lhe chamo) TU nunca mais serás o mesmo…enquanto que as aprendizagens com as tuas almas gémeas foram graduais, fomos aprendendo lentamente ao longo do tempo, a aprendizagem com esta pessoa é quase instantânea, intensa e muito rápida. Tipo combustão mesmo! Enquanto que os teus encontros com as almas cármicas (com situações pendentes para serem resolvidas) foram encontros sofridos, experienciados como algo “negativo” que nos causaram dor e sofrimento e sentimento de abandono e desconcerto, quando foram resolvidos foram esquecidos, ou seja, sabes que aconteceu, mas ultrapassaste a situação e agora já nem sequer pensas nela ou se pensas não há nenhuma emoção anexada à experiência. Resolveste-a e sabes que provavelmente vais ter outras ou semelhantes ou diferentes para resolver…
A chama gémea é aquele ser que aparece e a): ambos se reconhecem como iguais que são e passam a ter uma experiência que prolonga o primeiro encontro atrás descrito ou b): aparecem, desaparecem e deixam atrás deles um rasto e vínculo invisível que aparece recorrente-mente no teu espaço físico, emocional, mental e espiritual (mesmo quando não estão fisicamente próximos a ti).
A “magia” que eles operam nas nossas vidas é uma intensa descida ao mais profundo do teu ser…ao encontro com a TUA SOMBRA (não a que projectas sobre o outro ou a que os outros projectam sobre ti) …e tu reconheces que estás a confrontar-te CONTIGO PRÓPRIA.
Nesta experiência não há o culpar o outro pelo que estás a sentir: sabes que estás a experienciar-TE, sabes que TE encontraste contigo própria nas tuas várias versões…e vais descascando, paulatinamente cada uma das camadas que constituem o teu ser, até chegares (se conseguires) ao teu âmago, olhares para ti ali e dizeres : OBRIGADA por me mostrares quem eu sou verdadeiramente!
Atenção que esta viagem, a chamada “noite escura da alma” não é tão linear como eu a estou a descrever…não apareceu e tiveste estes insights todos ao mesmo tempo… a mim o que me aconteceu foi: encontrei-a, desencontrei-a…fui ao fundo do poço, ergui-me e senti-me grata pela experiência e preparada para viver o meu potencial mais elevado a partir daquele momento. Achei que estava segura no meu caminho espiritual, a sentir que tinha crescido, evoluído, aprendido e integrado aquelas lições (que são várias e abrangem não só a relação dos dois, mas também a relação com outros) e de repente BAM! Lá está outra vez aquele ser a entrar outra vez na minha vida e de repente já perdeste novamente o teu centro e sentes-te num carrossel emocional que nem consegues explicar e que te assusta montanhas!
Com o tempo percebes que esse é exactamente o papel deles. Explodir dentro de ti o que quer que haja para ser destruído, resolvido, curado, transformado…para te ensinar que aquilo que estás a sentir perto daquela pessoa e que achas que não devias estar a sentir, é exactamente o último julgamento de ti próprio que ainda não conseguiste libertar-te. Repara bem, este ser não te faz JULGAR o OUTRO (e entenda-se o outro como incluindo o ser em questão e os outros todos)…essa lição muda a partir do momento que encontras a chama gémea. A questão agora é o JULGAMENTO A TI PRÓPRIO! É a última casca do ego que se recusa a cair…aquela que achas que é a tua verdadeira identidade e que sem ela cessas de existir…aquela a que estás habituado (achas tu) desde que nasceste…aquela que já conheces e te é familiar…ESSA MESMA! Essa camada começa a cair…e quando cai , deste o maior passo de cura do teu ser: A CURA DA TUA CRIANÇA INTERIOR, e que eu chamo “ama-te a ti próprio como ao teu próximo” (subversão dirão alguns…outros entenderão a profunda implicação desta frase).
Depois disto, atinges uma fase de paz interior e bem estar e amor que transborda. Não sei qual o passo que irei dar a seguir…cheguei apenas a esta fase: a de saber quem sou, a de ter reencontrado a minha criança ferida, de lhe ter dado amor e compreensão e de ter aprendido com ela…
Sabes que curaste partes feridas de ti porque depois desta experiência sabes que ÉS AMOR e não há ninguém que te possa convencer do contrário. A partir daqui sabes EXACTAMENTE o que queres na tua vida, saberás lidar com os contratos que ainda terás por resolver e estarás pronta para RECEBER.
Se estás a atravessar algum tipo de desafio no teu relacionamento, tenta perceber qual dos contratos estás a tentar resolver…percebe que tipo de relacionamento é…qual o potencial que tem para te ensinar a ser a tua melhor versão de ti mesma e depois segue a caminhada…sozinha ou com ele/a, mas de certeza que noutro patamar de evolução.
P.S – falta explicar um ponto muito importante nesta definição: uma chama gémea NUNCA é alguém que ABUSA emocional, física ou mentalmente de ti! NUNCA! O encontro é explosivo no sentido de ser catártico, não abusivo. E aqui reside a tal nuance diferente dos relacionamentos com sociopatas, narcisistas e egocêntricos.
A tua chama gémea prefere “sofrer” sozinha a fazer-te sofrer… e se te fez sofrer foi pela sua incapacidade de honrar o reencontro e cumprir o propósito, nada mais.
Com Amor,
GaiaNamastê