EXPLORAÇÃO ANIMAL Corridas de cavalo matam cerca de 130 mil cavalos sadios por ano só nos EUA

A única forma dos animais garantirem vidas relativamente mais longas é vencendo as competições

O contraste entre o luxo e glamour observados nas arquibancadas dos famigerados circuitos de derby de Kentucky (EUA) e a realidade vivida pelos cavalos que participam da competição fica ainda mais nítido quando dados estatísticos são trazidos à luz.

Todo ano, 130 mil cavalos são transportados em caminhões superlotados para matadouros no México ou no Canadá. As viagens duram cerca de 24 horas e, nesse período, eles sequer recebem água ou comida. Passam por todo esse sacrifício para, chegando lá, serem brutalmente executados.

Cavalos de corrida costumam ter suas vidas encurtadas. São treinados desde o nascimento e começam a competir ao atingir entre dois ou três anos de idade – geralmente dois. Nesse período, os ossos dos animais ainda estão em processo de formação e, por isso, as chances do esforço levar a lesões mais graves aumenta significativamente.

De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, 92,3% desses animais levados aos matadouros estão saudáveis e poderiam viver o resto de suas vidas normalmente, em outro lugar. São levados à execução pura e simplesmente por não serem considerados bons o suficiente no que fazem, ou por sofrerem lesões que os impeçam de correr (mesmo que sejam ferimentos facilmente tratáveis).

Enquanto as disputas são um mero entretenimento para o público, que entra em êxtase ao apostar em um cavalo vencedor, e uma questão de lucro para os “donos” dos cavalos, do ponto de vista dos animais, ganhar as partidas é a única maneira de garantir mais algum tempo de vida. Anos? Meses? Tudo irá depender de sua performance nos próximos campeonatos.

Público muito bem vestido e animado para acompanhar a competição

A principal razão para que esses animais tenham o terrível fim que foi apresentado é a procriação excessiva. Nascem 20.000 cavalos por ano. Por mais que a adoção de cavalos tenha se popularizado, ela ainda não é uma opção tão realista assim, já que cuidar de um cavalo é algo muito mais complexo do que criar um cachorro ou gato, por exemplo.

Além disso, no mundo ocidental não é socialmente aceita a carne de cavalo como uma alternativa para alimentação, mas países como a China são um ótimo mercado consumidor do produto. Para os matadouros, portanto, é um negócio muito rentável assassinar essa quantidade exorbitante de cavalos ao ano.

Enquanto os animais sofrem, a indústria das corridas – que envolve os criadores, treinadores, tutores e também os matadouros – continua a prosperar.

Para Katherine “Kate” Denton, treinadora de cavalos nos circuitos da cidade de Camden, na Carolina do Norte (EUA) – que é sede de grandes campeonatos, como a Copa da Carolina – a solução mais viável para o problema seria executar os animais nos Estados Unidos. De acordo com ela, existem locais que possuem práticas relativamente humanitárias que já são usadas em vacas e outros animais.


Justify, um dos cavalos mais bem avaliados nos circuitos atuais

Impossível imaginar que um assassinato esteja livre de sofrimento, e a Human Society insiste que a biologia dos cavalos, com uma técnica de reflexo de “corra-ou-lute”, torna essa possibilidade ainda mais inviável. Infelizmente, essa é a menos pior das possibilidades.

Em um cenário em que uma “morte humanizada” é a opção mais razoável entre as existentes, é preciso repensar toda a estrutura por trás dele. Qual a relevância dessas competições, a não ser a pura tradição e o entretenimento de pessoas ricas apostando seus dinheiros às custas do sofrimento animal? É realmente necessário que esses cavalos sejam procriados em grande escala, e submetidos a maus-tratos desde o nascimento até a morte? Os circuitos de derby, assim como circos e aquários, não são negócios sustentáveis e nem deveriam ser legais.

Fonte: ANDA (o artigo na ANDA tem um erro. Postei-o tal como está na ANDA)

CONTEÚDO ANDA Mortes de cavalos explorados em corridas revelam a crueldade dessa indústria

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Um cavalo explorado para corridas entrou em colapso na linha de chegada. Ele machucou a perna dianteira esquerda, fraturando o osso perto de sua articulação na base de sua perna. Os funcionários da organização do evento correram até o local com grandes lonas verdes para evitar que a multidão e as pessoas que assistiam à corrida pela televisão o vissem agonizando.

Depois de um tempo, as lonas foram ao chão e o cavalo – chamado de Red Cadeaux – ficou de pé e trotou até uma ambulância. A multidão comemorou, provavelmente acreditando que ele ficaria bem.

Alguns dias depois, o site Racing Victoria anunciou que o cavalo Red Cadeaux estava “confortável” e que a fratura estava “estável”. O veterinário que cuidava do equino, Chris Whitton, da Universidade de Melbourne, disse acreditar que seu machucado “não era uma ameaça à vida do animal”.

Porém, poucas semanas depois, quem estava seguindo a história de Red Cadeaux recebeu outra versão: agora a fratura na perna do animal era “irreversível”, Red Cadeaux teve sua morte induzida em 20 de novembro de 2015.

Red Cadeaux foi o quarto cavalo a morrer nos últimos quatro anos durante a Melbourne Cup, uma famosa corrida de cavalos da Austrália.

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Em 2014, dois cavalos, Admire Rakti e Araldo, morreram depois de se machucarem na mesma corrida, e em 2013 um cavalo chamado Verema também teve sua morte induzida na pista de corrida apesar das lonas verdes impedirem o público de ver o que estava acontecendo.

Nesse ano, na Melbourne Cup, que aconteceu no dia 3 de novembro, nenhum cavalo morreu, mas muitas pessoas já esperavam que isso acontecesse. Na realidade, uma emissora australiana lançou um programa crítico onde especulavam qual cavalo deveria morrer durante o evento.

Enquanto muitas pessoas ficam horrorizadas com a morte desses animais, a Melbourne Cup continua a ser um chamariz para o grande público australiano. Cerca de 100 mil pessoas participam do evento e milhões assistem pela televisão. Em 2014, a Melbourne Cup lucrou aproximadamente 149 milhões de dólares às custas dos abusos dos animais.

Em 2015, 132 cavalos morreram em corridas na Austrália devido a lesões repetidas, segundo o Coalition for the Protection of Racehorses, o que significa aproximadamente uma morte a cada três dias.

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Quando os cavalos não podem mais competir, eles são “aposentados”, mas isso não significa que poderão aproveitar sua vida no campo. A “aposentadoria” normalmente significa a morte.

Na Austrália, a carne de cavalo é usada principalmente para alimentar cachorros, mas também pode ser exportada para a Bélgica e França para o consumo humano, e não são apenas os cavalos “aposentados” que são assassinados, mas também potros que não correspondem aos padrões da indústria.

Por exemplo, se um cavalo é considerado muito lento ou difícil de treinar ou apenas não tem o físico para as corridas, muito provavelmente ele será mandado para o matadouro.

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Mais de 25 mil cavalos australianos são assassinados em matadouros todos os anos, de acordo com a Animals Australia, e, para piorar, eles normalmente veem seus amigos e parentes serem mortos enquanto aguardam sua vez.

Nos Estados Unidos, as corridas de cavalos não são muito diferentes e em 2015, de acordo com o American Jockey Club, foram registradas 484 fatalidades com cavalos de corrida.

Não há matadouros de cavalos nos Estados Unidos, mas eles são transportados para o México e Canadá para que sejam mortos, e não são apenas cavalos de corrida “aposentados” que são mortos, qualquer equino que seja considerado inadequado terá o mesmo fim.

Também em 2015, de acordo com um relatório do Animal Welfare Institute, mais de 125 mil cavalos americanos foram mandados para matadouros no México e no Canadá, nformou o The Dodo.

Nota da Redação: A Melbourne Cup pode ter acabado neste ano, mas as corridas de cavalos continuam tirando a vida de centenas de animais usados como entretenimento em todo o mundo. Eles são vítimas de uma indústria que visa maximizar seus lucros por meio do sofrimento e das mortes dos animais. Isto só acabará quando as pessoas se conscientizarem de que as outras espécies não devem ser usadas para servir seres humanos, mas sim preservadas desta exploração.

Fonte: Anda