Caçadores têm utilizado dados divulgados por cientistas de animais selvagens para balear e matar espécies raras.
Caçadores têm utilizado dados divulgados por cientistas de animais selvagens para balear e matar espécies raras.
Os especialistas enviaram um alerta sobre a publicação do local e habitat de animais ameaçados.
Os caçadores utilizam informações e trabalhos publicados em revistas científicas, que se tornaram cada vez mais públicos, o que facilita a atuação dos criminosos.
Mais de 20 espécies de répteis foram descritas recentemente como alvo de caçadores, deixando-as seriamente ameaças de extinção.
Os caçadores têm sido cada vez mais vis e ousados, matando rinocerontes e brutalmente removendo seus chifres depois de entrar em reservas de proteção.
O apelo para que os cientistas mantenham as informações sobre animais raros em segredo foi feito pelos biólogos David Lindenmayer e Ben Scheele, ambos da Universidade Nacional Australiana.
“Os biólogos devem desaprender urgentemente algumas partes de sua cultura de publicação de séculos e repensar os benefícios de publicar dados de localização e descrições de habitats de espécies raras e ameaçadas de extinção, para evitar contribuir involuntariamente para a diminuição das espécies. Restringir informações significa alguns custos, mas estes devem ser analisados frente ao prejuízo crescente da acessibilidade irrestrita à informação”, escreveram na revista Science.
Há muito tempo, os biólogos publicam informações detalhadas sobre espécies raras e ameaçadas de extinção, mas isso só era acessível anteriormente por meio de revistas científicas especializadas que estavam dentro de bibliotecas universitárias, informou o Daily Mail.
Os dados publicamente disponíveis atualmente por meio de relatórios online e atlas da vida selvagem ajudam os caçadores.Os autores alertam que “o acesso ilimitado à informação sobre a localização das espécies está facilitando o crescimento da caça de animais selvagens” e muitas espécies estão em risco.
Um estudo de 2016 descreveu o caso da rara serpente colubrid Archelaphe bella chapaensis, que não era vista no Vietnã desde a década de 1930 e que estava supostamente extinta.
Os acadêmicos ficaram entusiasmados quando anunciaram que as serpentes foram redescobertas no norte do Vietnã em 2010. Porém, em um ano, anúncios ofereciam serpentes “criadas” no Vietnã, com preços superiores a US$ 1.800 por dois animais.
Fonte: ANDA