Quando Annelise Bui, voluntária do Corpo da Paz, viu um bebê chimpanzé acorrentado pela cintura ser provocado por uma multidão em um vilarejo na Libéria, na África, ela sabia que tinha que ajudá-lo, mas não foi fácil
“Eles estavam discutindo se deveriam ou não levá-lo para Monrovia, a capital, para vendê-lo como um animal doméstico ou se era mais fácil matá-lo e comê-lo ali”, explicou Jenny Desmond, que fundou a Liberia Chimpanzee Rescue (LCR) com seu marido.
Desesperada, Bui ofereceu dinheiro ao sequestrador do bebê, embora os ativistas geralmente tentem evitar a prática. “Embora seja maravilhoso que Bui tenha sido resgatado, pagar por chimpanzés (ou outros animais selvagens) apenas contribui para o comércio deles”, alertou Desmond.
Ainda assim, o filhote, que recebeu o nome de sua salvadora, estava a caminho de uma nova vida. Com a ajuda da Liberian Forestry Authority, logo foi para a LCR, onde pode viver em paz e em segurança.
Na primeira noite no santuário, ele não fez contato suficiente com os outros animais, o que mostra o quão triste sua vida foi anteriormente. Com pouco mais de um ano, Bui normalmente continuaria com sua mãe na natureza.
“Seus ferimentos da corrente e na sua cabeça e pescoço foram combinadas com seu medo e ele ficou em cativeiro por um bom tempo”, disse Desmond ao The Dodo.
Bui se aninhou na cama com Desmond e seu marido, assim como com Max e Poppy (dois outros chimpanzés resgatados) e a cadela de Desmonds, Princess, que ajuda a criar os bebês chimpanzés.
No momento em que ele acordou, parecia que Bui finalmente tinha percebido que estava seguro e que sua vida foi completamente transformada.
“Os chimpanzés são incrivelmente resilientes. Eles nunca deixam de me surpreender com sua capacidade de se recuperar do horrível trauma de perderem suas mães e membros familiares e serem feitos reféns e provocados, acorrentados, amarrados ou confinados como brinquedos. O motivo pelo qual eles escolhem confiar em nós depois de tudo isso me deixa perplexa”, continuou Desmond.
Bui terá uma casa durante o resto da vida no santuário, onde Desmonds e sua cuidadora, Annie Garpue, irão ajudá-lo a crescer e se fortalecer. “Ele poderá brincar no exterior, balançar, comer, dormir pacificamente”, disse Desmond.
Porém, ela espera pelo dia em que o santuário será fechado para sempre porque não será mais necessário.
“Trabalharemos com as autoridades da vida selvagem da Libéria para combater o comércio da carne de caça e de animais domésticos, mas nosso sucesso ocorrerá quando o número de chimpanzés encontrados, registrados, salvos e mortos reduzir significativamente. É preciso tempo, mas com compromisso e apoio, sonhamos em sair do nosso trabalho um dia”, concluiu.
Fonte: ANDA